sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Livro: Physica (J. Langlebert)

Adquiri recentemente esta obra prima da área de Física (Physica) escrito por J. langlebert, Professor de Sciências physicas e naturaes, doutor em medicina. A obra foi escrita em 1904 e dispõe de 554 páginas.
O Livro foi utillizado no curso elementar de estudos scientíficos, correspondente aos últimos programas prescriptos para o Ensino Secundário clássico e secundário moderno, e para os exames de Bacharelado e das Escolas Normaes Primárias (ENS).
Segundo um registro manuscrito, pertenceu a Otacília F. Alves do 2º ano da E.N.S, datado em 25 de janeiro de 1931.
O livro dispõe dos seguintes conteúdos: princípios da mecânica, gravidade, hydrostática, estática dos gazes, calor, meteorologia, electricidade, magnetismo, electricidade dynamica, electro-magneticiso e electro-dynamica, inducção electrica, acústica, optica, calor radiante, mecânica, gravidade, capilaridade, calor e electricidade.
Considerando ser uma obra do inicio do século XX, seria interessante um comparativo com os livros de física do início do século XXI.
Esta obra do meu acervo completou 108 anos. Um livro de um século!
Pesquisando sobre a obra na internet, encontrei um artigo que fez análise e referência do livro. O título do artigo é: UMA ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS DE FÍSICA DO INÍCIO DO SÉCULO XX.


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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

POEMAS - MENOTTI DEL PICCHIA (1960)

Esta obra de Menotti Del Picchia intitulada Poemas foi publicada em 1960 e constituída de quatro poemas: Juca Mulato, Máscaras, A Angústia de D. João e o Amor de Dulcinéia. 

Há em Menotti Del Picchia e em sua obra dois aspectos absolutamente distintos que se realçam com mais vigo na medida em que o tempo passa. Assim sua personalidade se bifurca em setores correlatos: de um lado, o pioneiro, de outro, o escritor.

Do poema A Angústia de D. João extraímos este escrito intitulado "A Voz":

Nunca provei o teu beijo:
de estranho amor estremeço;
caminho; sangram meus pés.
Existes - mas não te vejo;
és bela - não te conheço;
amo-te - e não sei quem és!

Por cidades, por aldeias,
minha sina é procurar-te.
Onde estás? Para onde vou?
Sinto que tu me rodeias,
mas, se estás em tôda a parte,
jamais estás onde estou!

Eu te sinto repartida
na glória da natureza
Amada que eu nunca vi.
Sei que estás dentro d vida
e, onde há um pouco de beleza,
há sempre um pouco de ti...

Ó meu vago sonho obscuro,
não vens por mais que te chame...
Onde estarás? Eu não sei!
Escondes-te eu te procuro,
não te encontro e, talvez, te ame
porque nunca te encontrei!

Sombra sonhada e divina
sê sempre apenas sonhada...
nunca entrevista sequer!
Foge! que temos por sina
o sentir que morre a Amada,
quando se encontra a Mulher!

(extraído originalmente das págs. 143/144)


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domingo, 14 de outubro de 2012

Curso de Português (1943)

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Esta obra foi escrita por Eneias Martins de Barros. Trata-se do Curso e Português, primeiro volume, destinado a primeira e segunda séries do curso ginasial, publicado em 1943. Deixando de entrar no mérito da metodologia aplicada ao curso ginasial à época, é possível constatar uma obra "recheada" de textos, poemas e poesias de escritores famosos como: Humberto de Campos, Coelho Neto, Paulo Setubal, Silvério Pimenta, Castro Alves, Rui Barbosa, Gilberto Amado, Álvares de Azevedo, Raul Pompéia, Júlia Lopes de Almeida, Alfredo Varela, Alcides Munhoz, Casimiro de Abreu, Inglês de Souza, Aquino Corrêa, Malba Tahan, Garcia Redondo, João Ribeiro, souza Bandeira, Afonso Celso Arinos, Alfredo Taunay, Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Lúcio de Mendonça entre tantos outros.

Para ilustrar o conteúdo desse livro, cito o poema "Ao Brasil" de Fagundes Varela:

Bela estrela de luz, diamante fúlgido
Da coroa de Deus, pérola fina,
Dos mares do ocidente,
Oh! como altiva sobre nuvens de ouro
A fronte elevas, afogando em chamas
O velho continente!

Oh! terra de meu berço, Oh! pátria amada,
Ergue a fronte gentil ungida de glórias
De uma grande nação!
Quando sofre o Brasil, os brasileiros
Levam as manchas, ou debaixo morrem
Do santo pavilhão!...
(p. 13)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

De que forma repensar o ensino da História?

Lendo e refletindo sobre o livo O Ensino de História e seu Currículo tendo como autores Geraldo Balduíno Horn e Geyso Donglei Germinari, o qual recomendo a todos os historiadores para repensarem o currículo de História.
Do livro extraio algumas citações que considero fundamentais e interessantes para reflexão:

"O presente estudo inspira-se, de um lado, no pressuposto teórico de Gramsci, da necessidade de se formar um novo intelectual moderno, diretamente produtivo, capaz de atuar com eficiência prática e política, e, de outro lado, na percepção dos avanços teórico-práticos da pedagogia histórico-crítica na atual conjuntura da educação no Brasil, que tem se empenhado em fazer a crítica do velho princípio educativo, ao mesmo tempo em que busca superar historicamente as teorias critico-reprodutivistas e aponta a necessidade de aprofundar os estudos no campo da teoria da história que possibilitem avançar no que se refere à metodologia de ensino." (p. 08).

"Há que se voltar para uma concepção do ensino de História e uma nova metodologia que permitam melhro apreender o movimento do real e sua transformação na perspectiva defendida pela visão histórico-crítica e, portanto, pelo materialismo histórico." (p.09).

Dessa leitura inicial, destaco esse parágrafo como extremamente necessário para o repensar da metodologia para o ensino de História que trata 

"A importância de tomarmos o trabalho como princípio de investigação do ensino de História, parte do pressuposto epistemológico marxista de que o trabalho humano, historicamente, impulsiona o processo de formação, desenvolvimento e transformação do modo de produção da existência humana, e, por conseguinte, é atividade pelo qual o homem domina as forças naturais; humaniza a natureza; se humaniza, autoproduzindo-se pela atividade criadora. assim, o homem, pelo trabalho, vai se transformando e transformando a natureza, dominando-a, descobrindo suas leis; vai acumulando experiências/vivências que se transformam em teorias, ciências e saber. (p. 10).

REFERÊNCIA:

HORN, G. B & GERMINARI, G. D. O ensino de história e seu currículo - teoria e método. 3ª ed. Petrópolis/RJ. Vozes, 2010, p. 8 - 10.

sábado, 6 de outubro de 2012

O Baile de Máscara *


Em um encontro na Livraria Garnier, apresentára Francisco de Castro o seu filho Aloísio, ainda estudante, a Machado de Assis. Vendo quasi homem aquele que vira recem-nascido, Machado sentenciou, triste:
- A vida é um baile de máscaras; uns vão saindo depois dos outros.
E com voz meio gaguejada:
- Já me sinto no fm do baile...

Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p.  27.

* Aloísio de Castro - Discurso na Academia Brasileira de Letras, 1918.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Nas Terras do Ouro


Este livro foi escrito por Maynee Reid e traduzido por Filemon de Alvarenga e Souza e publicado pela Empresa Editora Brasileira, de São Paulo. Não tem ano da publicação mas pela gramática e ortografia revela-se tratar de uma obra muito antiga.

Trecho da obra:

"Poucos dias depois, espessa neblina se envolvia ainda a cidade de Nova Orleans, quando um carro fechado se dirigia em direção ao Lago Ponchartrain, a cujas margens já se derramara muito sangue para ajustar contas de honra..." (p. 31).

Pesquisando sobre o autor (Mayne) encontrei no Wikipédia o nome de Thomas Mayne Reid (04 de abril de 1818 - 22 de outubro de 1883) e pela bibliografia deste último e a semelhança do conteúdo, "parece" tratar do mesmo escritor.

Segundo consta, Thomas Mayne Reid, foi um escocês-irlandês -americano romancista . "Capitão" Reid escreveu romances de aventura parecidos com aqueles escritos por Frederick Marryat e Robert Louis Stevenson . Ele era um grande admirador de Lord Byron . Esses romances conter ação que ocorre principalmente em indomada configurações: o Oeste americano , México , África do Sul , o Himalaia , e Jamaica.

Se a esta obra estiver realmente vinculada ao autor descrito no Wikipédia, este livro deverá ser adicionado à bibliografia.


Fonte do texto e Links: WIKIPEDIA

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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Marechal Deodoro assinou sua própria carta de alforria (?)

O último escravo*

Era a 23 de novembro de 1893.Verificada a traição de amigos em que confiava, e para não ateiar a guerra civil, (Marechal) Deodoro resolveu renunciar a presidência da República (do Brasil).
Manda lavrar o decreto. Levam-lh'o. Êle toma da pena, comovido, a mão trêmula.
- Assino a carta de alforria do último escravo do Brasil, - declara.
E assinou.


Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p.  22

* Taunay - "Reminiscências", vol. I, pag.74.

Marechal Deodoro da Fonseca

domingo, 9 de setembro de 2012

Existe norte-americano comunista?

Esta pergunta poderia ser respondida de forma objetiva e a resposta seria negativa. Estadunidenses normalmente são essencialmente capitalistas e neoliberais. Tal resposta poderá ser contrariada a partir do momento em que você ler o livro "Os dez dias que abalaram o mundo", por John Reed. O livro foi escrito em 1917 e refere-se a narrativa dos fatos revolucionários na visão do jornalista estadunidense que acompanhou (de perto) a Revolução Russa, em outubro de 1917 e na obra, descreve os dez dias do período pré e pró revolucionário.

Interessante a narrativa do escritor quanto à maneira como "revolucionários viam" a massa trabalhadora russa.

"Os mencheviques e os socialistas revolucionários afirmavam que a Rússia não estava preparada para a revolução social e que só uma revolução política era possível. Segundo eles, as massas russas não tinham suficiente educação para a tomada do poder; qualquer tentativa nesse sentido só poderia provocar uma reação a favor de um aventureiro sem escrúpulos, que poderia restaurar o velho regime. Por conseguinte, quando os socialistas 'moderados' foram obrigados, por circunstâncias especiais, a tomar o poder, não ousar exercê-lo" (trecho extraído do livro: Os dez dias que abalaram o mundo, p. 15).

Lendo esse trecho do livro, me ponho a pensar. 
Teria Lula quebrado esse paradigma?

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A palavra dos interessados *

Logo após a República, foi o conselheiro Paulino José Soares de Souza, provedor da Santa Casa, procurado por uma comissão de positivistas, que o foi convidar a mudar a denominação do cemitério São João Batista para Sul-Colombiano.
- Tomo nota da idéia - replicou o velho monarquista; - mas convém, antes da execução, saber si os que lá se acham têm até agora motivos de queixa ou aborrecimento contra êsse nome de São João Batista.

* Taunay - Reminiscências, vol I, pag.74.

Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p.  22.

domingo, 19 de agosto de 2012

História Natural - Langlebert

Esta obra foi escrita por J. Langlebert, Professor de Sciencias Physicas e Naturaes, Doutor em Medicina e Oficial da Academia. Não tem o ano de publicação, mas pela grafia, estado do livro e gramática utilizada na tradução, imagina-se que pode ser do início do século passado.

O livro História Natural é muito técnico e compreende as áreas de Zoologia, Botânica, Geographica, Geologia e Paleontologia. Não faz qualquer referência à preocupação com o homem, como agente de transformação da natureza e caça predatória dos animais e, também, sobre poluição do ar e a terra. Para ilustrar algumas partes da obra, selecionei dois assuntos que acabam se tornando cômicos:

Vermes Cestóides - A este grupo pertencem duas espécies principais: a Tania Solium vulgarmente Tênia ou Solitária e o Bothriocephalo (...) esta espécie de solitária que, como a tênia, pôde atingir vários metros de comprimentos e vive nos intestinos do homem, é sobretudo comum entre os Russos, Polacos e Suíssos, ao passo que a tenia observa-se particularmente na França, Itália e Allemanha. (e o Brasil, um país de predominância rural?? o povo não tinha essas doenças???).  p.256.

A obra ao descrever a Teoria da Evolução da Espécie (Darwin) o faz de forma plausível, mas ao final do texto conclui como "inexistente ou impossível", veja:

"Quanto ao homem, cujo genio poude penetrar e comprehender estas leis primordeaes, tão grande abysmo o separa dos animaes mais bem dotados, dos macacos, por exemplo, que aqui toda a ideia de transição desapparece. Devemos limitar-nos à definição bíblica: * Deus creou o homem à sua imagem.* p. 515.

Em tempo: em pesquisa realizada na rede mundial de computadores, consta que esta obra foi publica em 1905.

Obs.Alguns parágrafos foram mantidos a escrita original.


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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Últimas palavras do Visconde de Rio Branco

A Agonia do Gigante (*)

Vítima de um ataque de uremia, o Visconde do Rio Branco agonizava, cercado pela família e pelos amigos. Pálido como cêra, os olhos cerrados, tentava, de quando em quando, erguer o braço, no seu gesto de orador, deixando escapar frases que davam idéia do seu delírio.
- Senhor presidente... - exclamou, grave: - peço a palavra...
Momentos de silêncio. E depois:
- Peço licença para falar com muita pausa devido ao meu melindroso estado de saúde...
Novo silêncio. Em seguida:
- Não perturbem a marcha do elemento servil...
E com energia, na frase derradeira:
- Confirmarei diante de Deus tudo quanto houver afirmado, diante dos homens!...
Momentos depois, era a morte.

Visconde do Rio Branco

Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p. 21 e 22.  

* Tunay - "Homens e Cousas do Império", pag. 87.


domingo, 5 de agosto de 2012

Jefferson - Gene Lisitzky (1953)


Thomas Jefferson viveu num período importante da História Americana, razão pela qual a sua história é a história de uma época  e de um mundo. Muito se tem escrito sobre o grande batalhador pela liberdade de todos os homens, porém, até aqui, ninguém o fez com maior poder de síntese e força de penetração do que Gene Lisitzky.
Baseado em dados rigorosamente verídicos, acompanhou passo a passo a vida do grande democrata norte-americano, aclarando muitos dos seus pontos capitais, como o que se prende às relações de Jefferson com Hamilton. Também a vida afetiva do exemplar estadista mereceu-lhe especial atenção e é com imensa ternura que lhe acompanhamos as passagens.
A vida de Thomas Jefferson, advogado dos mais brilhantes, deputado à Câmara colonial pelo seu condado, diplomata, secretário de Estado, duas vezes presidente e, por fim, grande educador, foi prodigiosamente ativa e profícua, até à extrema velhice.
Uma vida muito digna e feliz, na opinião do próprio Jefferson, quando respondeu afirmativamente a um amigo que lhe perguntara se gostaria de vivê-la outra vez.

Citação da obra:

"Quando a França se tornou república, Jefferson desejava ardentemente que seu novo govêrno fosse bem sucedido. Hamilton encarava com mêdo e rancor a Revolução Francesa. Êle esperava que a Inglaterra esmagasse aquela monstruosidade democrática. Em consequência, duas correntes a favor da Europa cresciam na América: pelos inglêses (Hamilton) e pelos francêses (Jefferson). foi Hamilton o primeiro a desfechar a ofensiva." p. 113.

Fonte da imagem: arquivo pessoal sergio/elane
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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A MULHER: sua preeminência social e moral, segundo os ensinos da verdadeira ciência pozitiva

Não se trata de divulgação religiosa e nem apologia. Essa obra foi publicada pela Igreja e Apostolado Pozitivista do Brasil após a realização da conferência realizada no salão do Instituto Nacional de Muzica, em 27 de novembro de 1908, tratando-se de uma obra antiguissima,  início do século XX, sendo escrita por R.Teixeira Mendes. Este livro que faz parte do acervo foi publicado em 1958, na sua 4ª edição.

Citação da obra: "(...) Tudo aqui está modificado; e por isso Augusto Comte dizia que o pozitivismo ia encontrar mais facilidade de aceitação aqui, por parte do duplo elemento ibérico, - o espanhól e o português. E podeis ter certeza de que em lugar algum se conhece hoje o pozitivismo integralmente como aqui. Na França, em Paris que foi a alma-mater de Augusto Comte, em uma de cujas praças há uma estátua dele, encontrareis dificilmente pessoas que sejão realmente pozitivistas, e de pozitivismo mal conhécem o nome de Augusto Comte. É certo que o pozitivismo se propaga, eréce de dia para dia; mas, em geral, cada um arranca algumas páginas de Augusto Comte, e procura aplicá-las ao sabor de suas conveniências; a massa feminina e proletária, entretanto, vai integrando estes pedaços assim destacados, e o pozitivismo vai se Impondo." (p. 50).



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domingo, 29 de julho de 2012

Machado de Assis e o respeito aos velhos.

Respeito aos Velhos *

Quando o Dr. Francisco de Castro assumiu, em 1901, a direção da Faculdade de Medicina, quiz ter a seu lado, no áto da posse, o seu velho amigo Machado de Assis. Encarregado de ir buscar o grande romancista no Ministério da Viação, ia o Dr. Aloísio de Castro, então estudante, ao lado do autor do "Braz Cubas", quando, na rua da Misericórdia, começou a lamentar a desgraciosidade, do casario colonial, que tornava o caminho mais longo.
- Que casas feias!... - lamentou o estudante, numa censura de moço olhando aquela edificação secular.
E Machado de Assis, numa desculpa:
- São feias, são: mas, são velhas...

Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p. 18. 


* Aloísio de Castro - Discurso na Academia Brasileira de Letras, 1918.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Os altos e baixos *

Resposta do Ministro da Justiça, José de Alencar, ao ser chamado de "fanadinho" em função da sua baixa estatura.

Na sessão de 6 de setembro de 1869, atacado por Zacarias, José de Alencar, ministro da Justiça, investiu-o galhardamente. Zacarias, forte e esbelto, o havia chamado de "fanadinho", procurando ridicularizar a sua pequena estatura.
- Ora, senhores - bradou Alencar, em meio do seu discurso, - sei que alguns homens altos, e aqui há certamente dêsses, - costumam curvar-se para poderem passar por certas portas; mas os homens baixos têm esta vantagem, nunca se curvam. Quando passam pelas portas baixas ou pelas altas, como esta do Senado, trazem a cabeça erguida!

Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p. 18.


* Taunay - "Reminescências", Vol I,, pag. 158.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Autobiografia de HENRY ADAMS (1907)

Esta obra foi publicada, privativamente em 1907 e mais tarde, traduzida por Dalmo Jeunon. Henry Brooks Adams nasceu em Boston (1838) e morreu em Washington (1918). Nesse espaço de 80 anos, não obstante ter sido considerado como um simples e sedentário homem de letras, Adams foi um dos maiores e mais constantes viajores americanos. Suas viagens levaram praticamente a todo o seu país, México, Indias Ocidentais, Europa, Egito, Ásia Menor, Japão e às ilhas do Pacífico.

A obra apresenta um fato novo, algo interessante, a proximidade de Adams com Jean Jacques Rosseau, inclusive, influenciando os estudos do Iluminista.

Consta no Prefácio da Obra: "(...) Jean Jacques Rousseau começou suas famosas 'confissões' com um veemente apêlo à Divindade: 'Mostrei-me como era: desprezível e vil como era; bom, generoso e sublime como era. Descerrei o véu que cobria minha alma tal como Vós a vieis, ó Padre Eterno! Chamai para junto de mim a incalculável multidão de meus companheiros e deixai que êles ouçam minhas confissões; deixai que êles lamentem minha indignidade e que se enrubesçam diante de minha baixeza! Deixei que cada um dêles descubra seu coração com a mesma sinceridade quando diante de Vosso Trono e então deixai que cada um Vos diga, se a isto ousar: 'Eu era um homem melhor!" 


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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Os Históricos*

O Marechal Deodoro jamais contestou que, até ás vésperas de 15 de novembro tivesse servido devotadamente ao Imperador. A sua adesão ás idéias de Benjamin data, talvez, de 10 a 12 daquele mês.
Certo dia, já presidente, recebeu Deodoro no Itamarati um cavalheiro que alegava  ser republicano de longa data, batendo-se pela República desde 1875.
- Pois, eu, meu caro senhor, não dato de tão longe.
E pachorrentamente:
- Eu sou republicano de 15 de novembro, e o meu irmão Hermes de 17!

* Ernesto Senna - "Deodoro", pag. 149.
Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p. 17.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Uma Vida Para Seu Filho - Bruno Bettelheim (1988)

Este livro foi escrito por Bruno Bettelheim (1987) e pode auxiliar pais a ajudarem os filhos a serem o que eles desejam. A criação de filhos é um empreendimento complicado: diferente para cada pai, exigente em diferentes aspectos de um  dia para o outro impossível de definir com regras rígidas, uma tarefa tão assustadora quanto gratificante. O Dr. Bruno Bettelheim - um dos mais eminentes psicólogos infantis de nosso tempo - nos dá os resultados do esforço de toda uma vida para compreender o que mais clara e crucialmente está em jogo numa criação de filhos bem-sucedida. 

Citação da obra: "(...) Quanto menor a criança, mais ela admira seus pais. Na verdade, não lhe resta alternativa; ela precisa acreditar em sua perfeição para sentir-se protegida. Em que outra imagem pode basear sua formação senão na das pessoas que agem como pais para ela? Quem mais lhe é tão próximo e importante? e se as coisas são como deveriam ser, ninguém a ama tanto nem cuida tão bem dela quanto seus pais. Toda criança deseja acreditar que é o favorito de seus pais; o medo de que possa não ser a raiz da rivalidade entre irmãos, cuja intensidade é uma medida de sua ansiedade. Os pais, naturalmente, às vezes preferem um filho aos outros, embora possam iludir-se acreditando amar todos os seus rebentos igualmente. Isso seria negar as diferenças individuais de crianças que, não sendo semelhantes, não podem ser amadas de modo idêntico pela mesma pessoa." (p. 85).

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sábado, 14 de julho de 2012

Franqueza e Prudência*

Professor das princesas, filhas de Pedro II, Joaquim Manoel de Macedo, o célebre romancista de "A Moreninha", desempenhava o seu mandato de deputado geral, quando o conselheiro Francisco José Furtado, organizador do gabinete Liberal de 31 de agosto de 1864, o convidou para a pasta dos Estrangeiros.
Recusada a honra, mandou o Imperador chamar o escritor à sua presença, e indagou o motivo do seu gesto,  quando possuía tantas qualidades para ser um bom ministro.
- Admita-se que eu tenha as qualidades que Vossa Majestade me atribue, - respondeu Macedo: - mas eu não sou rico, requisito indispensável a um ministro que queira ser independente.
E decidido:
- Eu não quero sair do Ministério endividado ou ladrão!


* Salvador de Mendonça - Artigo n'"O Imparcial", 1913
Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p. 15.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Alfredo de Musset - O Poeta do Amor

Este livro foi escrito por Maurice Allem e traduzido por Celestino da Silva sendo publicado em 1957 pela Editora Vecchi Ltda. Musset foi um grande poeta onde do próprio coração, extraiu a matéria para versos e prosa. Alexandre Dumas, na obra Os Mortos Vão Depressa, escreveu: "Pobre Musset! Creio que em rigor foi uma das mais desconsoladas almas da nossa época.
Citação da obra: "(...) Por mais dolorosos que tenham sido os nossos amôres, é preciso, pois, purificar-lhes a lembrança de todo o amargor e de todo o pesar." 

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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Incapacidade não se prova com fatos!

A incapacidade de um ministro *
A demissão de Rodrigues Junior na pasta da Guerra, no gabinete Lafaiete (Brasil Império), havia constituído um escândalo nos arraiais políticos. Explicando à Câmara o seu ato, o presidente do Conselho déra a perceber que êste fôra motivado pela ignorância do seu ex-companheiro de gabinete.
- Decline V.Ex. um fato! - aparteou, furioso, o acusado.
E Lafaiete, brutal e imperturbável:
- A incapacidade não se próva com fatos!

* Alfredo Pujol - Discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras.
Extraído originalmente do Livro: O Brasil Anedótico, p. 14.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Minha razão de viver (1988)

O livro Minha Razão de Viver - memórias de um repórter que faz parte do meu acervo e foi publicado em 1988, na sua 9ª edição. A obra foi escrita pelo jornalista Samuel Wainer (1912-1980) que foi um dos maiores repórteres brasileiros de todos os tempos, e isso já bastaria para que o país desejasse conhecer suas memórias. Grandes repórteres quase sempre se transformam em relevantes testemunhas da História, e à luz de seus relatos fica mais fácil compreender como foi certa época num determinado país, e como eram os homens a quem coube desempenhar papéis decisivos, e com se deram exatamente os fatos.

Citação: 

"(...) Getúlio tomou posse a 31 de janeiro de 1951, em meio a uma imensa celebração popular. A esmagadora maioria da imprensa reagiu com frieza, com reportagens que de modo algum refletiam o que efetivamente ocorrera. Contrariando as previsões, o presidente Dutra compareceu à cerimônia de transmissão do cargo. Getúlio entrou no Catete carregado pelo povo, foi um espetáculo magnífico. Eu sabia que contribuíra decisivamente para que aquilo ocorresse, sentia-me vaidoso. Assisti à festa no meio do povo, a sós com minha vaidade. Foram cenas rigorosamente inesquecíveis, mas a imprensa procurou ignorá-las." (p. 125) 



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segunda-feira, 9 de julho de 2012

O escravo e Dom Pedro

O escravo coroado *

Em uma das suas audiências aos sábados, em que atendia a toda a gente, recebeu D.Pedro II no Paço da Bôa Vista um preto velho, que se queixava dos maus tratos de que era vítima.
- Ah, meu Senhor grande, - lamentava-se o mísero, - como é duro ser escravo!
O Imperador encarou-o, comovido.
- Tem paciência, filho, - tranquilizou-o.  - Eu também sou escravo... das minhas obrigações, e elas são muito pesadas! As tuas desgraças vão minorar...
E mandou alforriar o preto.

Extraído do livro: O Brasil Anedótico, p. 14
(*) Taunay - "Reminescências", vol. I, pag. 107


Gregório de Mattos - Obras (1928)

Este livro é uma das publicações da Academia Brasileira de Letras, como um dos Clássicos Brasileiros da Literatura, edição de 1929 pela Oficina Industrial Graphica. Esta publicação constam poemas e sonetos do Autor relacionado às coisas Sacras e, assim, a fé e religiosidade de Gregório de Mattos para com o Cristianismo, como este soneto, oferecido a "Jesus Christo Nosso Senhor":


PEQUEI, senhor; mas não porque hei peccado,
Da vossa alta clemencia me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.


(p. 91)

Fonte da imagem: arquivo pessoal sergio/elane
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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Lei do Ventre Livre - os bastidores da votação

SANGUE E FLÔRES*

Votava-se no Senado a Lei do Ventre Livre, a 28 de setembro de 1878. Nas tribunas do Senado, repletas, apareciam as figuras mais eminentes do mundo diplomático, e entre essas, o ministro dos Estados Unidos. A discussão do projeto, foi brilhante e vigorosa, sob a presidência de Abaeté. E quando, pela votação, se verificou a vitória de Rio Branco, o povo que enchia as galerias irrompeu em manifestações ao grande estadista, lançando-lhe sôbre a cabeça braçadas e braçadas de flôres.
Terminada a sessão, o ministro dos Estados Unidos desceu ao recinto para felicitar o presidente do Conselho e os senadores que haviam votado o projeto. E colhendo, com as próprias mãos, algumas flôres, das que o povo atirára a Rio Branco, declarou:
- Vou mandar estas flôres ao meu país, para mostrar como aqui se fez dêste modo, uma lei que lá custou tanto sangue!


* Tobias Monteiro - Pesquisas e depoimentos, p. 34. Mantida descrição original do livro O Brasil Anedótico ( p. 12).

Corpo Traído, o (1979)


Este livro foi escrito por Alexander Lowen em 1910, um psicanalista com longa experiência no auxilio a pessoas com problemas emocionais, descobriu, em seu trabalho, que muitos de seus clientes na verdade negavam as experiências, necessidades e sentimentos reais de seus próprios corpos. Nesta obra ele descreve as razões destes problemas, ilustrando com casos dramáticos. Entre os assuntos abordados neste estimulante livro encontram-se os seguintes: a capacidade que o corpo possui de se satisfazer: a relação direta entre a respiração e sensações de prazer corporal; a recompensa de aceitarmos nosso próprio corpo e a restauração da capacidade de ter prazer através de exercícios especiais. A tradução do original, em língua inglesa, ocorreu em 1967. Esta obra foi publica em 1979 pela Summus Editorial. 

CITAÇÃO

"O indivíduo desesperado geralmente não está consciente de que abriga uma força demoníaca dentro de si. Ele racionaliza a sua conduta, ou a desculpa com base na sua impotência e desesperação. Ele acha-se identificado com seu demônio e é incapaz de vê-lo objetivamente. A força demoníaca, neste estágio, é parte da estrutura de caráter da pessoa, a qual o ego tem o compromisso de defender. É como um cavalo de Tróia dentro dos muros da cidade, cujo perigo insidioso o ego falha em enxergar..." (p. 131). 


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sábado, 30 de junho de 2012

Ateu e o (pré) conceito

Por mais que o IMPÉRIO brasileiro teve suas mazelas, pelo menos em alguns assuntos eram contemporâneos no Século XIX. Leiam essa história que descreve o "respeito" que a monarquia brasileira tinha para com republicanos e ateus, e que, em muitos casos, em pleno Século XXI, continua sendo um (pré) conceito.

O IMPERADOR E MARTINS JÚNIOR*

Era Ferreira Viana ministro no gabinete João Alfredo, quando, em um concurso na Faculdade de Direito de Recife, Martins Júnior, republicano positivista, tirou o primeiro lugar em um concurso, contra o filho de um dos maiorais do govêrno na província. O Imperador defendia, a todo o transe, Martins Junior, contra os interesses do gabinete.
- Êle é republicano, majestade! - alegou Ferreira Viana.
- Isso não é razão, - contestou o monarca; - a fé republicana não o impede de ser um bom professor.
- Depois, é um ateu.
- Ainda menos, - tornou o soberano. - Todas as crenças podem ser admitidas, desde que sejam sinceras.
Ferreira Viana sentiu-se vencer, e reagiu:
- Bem. Vossa Majestade, dispensa no civil, mas eu não dispenso no religioso!
E fechou a questão.

* Tobias Monteiro - A tolerância do Imperador, n´"O Jornal", de 5-12-925.
Texto mantido original do livro: O Brasil Anedótico, de Humberto Campos, impresso em 1940, p. 11.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Primo Basílio (1970)


O Primo Basílio é um romance de Eça de Queirós. Publicado em 1878, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX. O livro que faz parte do nosso acervo foi publicado em 1970 pela Editora Lello Brasileira, de São Paulo.

Do livro pode-se dizer que todas as suas páginas são belas e perfeitas, admiráveis. Porque em todas elas se patenteia e brilha o seu estilo original, a magina e o encanto de sua prosa, nimbada de ironia e beleza, de graça e precisão, de simplicidade e realismo.

Citação da obra:

(...) Juliana trouxe o rol e a lamparina. Vinha arrastando as chinelas, com um casabeque pelos ombros, encolhida e lúgubre. Aquela figura com um ar de enfermaria irritou Luísa:
- Credo, mulher! Você parece a imagem da morte! (p. 79).

Vale a pena ler e para quem leu, vale a pena reler.

Fonte da imagem: arquivo pessoal sergio/elane
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domingo, 24 de junho de 2012

O orgulho de José de Alencar: diálogo com o Imperador Dom Pedro I

O Imperador Pedro II não tinha grandes simpatias pessoais por José de Alencar. Porque êste o houvesse ferido por mais de uma vez pela imprensa, ou porque lhe fizesse mal, o amor-próprio, ou melhor, o orgulho do escritor, foi o soberano contrário, desde o princípio, à candidatura do seu ministro da Justiça, à cadeira do senador do Ceará. No dia em que êste lhe foi comunicar que era candidato, o monarca projetou-lhe:
- No seu caso, não me apresentava agora: o senhor é muito moço...
Alencar, num daqueles repentes que lhe eram habituais, não se conteve.
- Por esta razão, - disse - Vossa Majestade devia ter devolvido o ato que o declarou maior antes da idade legal...
E tomando conta de si:
- Entretanto, ninguém até hoje deu mais lustre ao govêrno...
O Imperador não lhe perdoou, jamais, êsse ímpeto, vetando, como se viu depois, o seu nome, que era o mais votado da lista.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A vassoura e o ajuntador*

Bernardo Pereira de Vasconcelos no início da moléstia grave que afinal o inutilizou para o serviço do país, sofria de uma paralisia nas pernas, que o obrigava a arrastar os pés, quando andava. Entrava êle, certa vez, no senado, esfregando os sapatos no soalho, quando o visconde de Caravelas, que era côxo e abaixava-se de uma banda a cada passada, lhe observou rindo:
- Que é isso? Você está varrendo o Senado?
- É verdade - confessou o grande tribuno - É verdade.
E aludindo ao defeito do agressor:
- Eu varro o Senado e você ajunta o cisco!

* Moreira de Azevedo - "Mosaico Brasileiro", pag. 141. Trecho extraído do livro O Brasil Anedótico, obras completas de Humberto de Campos (1940). Acervo Pessoal.

TIL - José de Alencar (1871)

O livro TIL foi lançado em 1871. A edição que possuímos é antiga tendo em vista que há uma dedicatória de um homem que presenteia uma amiga em 1934. O romance se passa no interior de São Paulo e conta a história de Berta (Inhá, Til), uma jovem “pequena, esbelta, ligeira e buliçosa” que desperta a paixão de todos a sua volta. Seu irmão de criação Miguel é um moço alto, ágil, de talhe robusto. Filho de Nhá Tudinha, é seu maior admirador e vive tentando conquistá-la.

citação da obra:

(...) E assim é tudo nella; de contraste em contraste, mudança a cada instante, sua existência tem a constancia da volubilidade.Na vaga fluctuação dessa alma, como no seio da onda, se desenha o mundo que a cerca; a sombra apaga a luz; uma forma desvanece a outra; ella é a imagem de tudo, menos de si própria. (p. 11 e 12)

Todas as obras de José de Alencar estão dispostas para download no site: www.dominiopublico.gov.br


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